quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Alexandre O'Neill e Gustav Klimt


Gustav Klimt

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.

De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.

(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)

Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.

Alexandre O'Neill

Amigo

Mal nos conhecemos inauguramos a palavra

AMIGO!

Amigo é um sorriso

De boca em boca, um olhar bem limpo,

Uma casa, mesmo medesta, que se ofereça.

Um coração pronto a pulsar

Na nossa mão!

(...)

Amigo é a solidão derrotada!

Amigo é uma grande tarefa,

Um trabalho sem fim,

Um espaço sem fim,

Um espaço útil, um tempo fértil,

Amigo vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O´Neill, No Reino da Dinamarca

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