sábado, 26 de julho de 2008

CARTA A UMA AMIGA EM TEMPO DE FÉRIAS

Amares, 6 de Agosto 2008

Olá Carolina!

Espero que ainda te lembres de mim. Tenho tantas saudades tuas; nós, as duas, brincávamos às escondidinhas com a Augusta, lembras-te? É verdade.... Ainda te lembras da Augusta? Está cada vez maior, já tem cinco anos. E, quando tu te foste embora, ela ainda era pequenina. Fica a saber que nós temos muitas, muitas saudades tuas! ainda me lembro de ti, de quando tu ias para a minha casa; nós só bebíamos Jói, aquele teu sumo preferido!
Também te escrevo para te falar de uma história fabulosa que li e que gostaria que a lesses para podermos conversar sobre essa história, porque eu gostaria de ser escritora e, por isso, tenho de ler muito e saber falar daquilo que leio.
É “A Fada Oriana” de Sophia de Mello Breyner Andresen. Esta fada, uma fada boa, faz-me lembrar todos aqueles que sabem assumir responsabilidades até ao fim, que nunca desistem. Não sei se é por amor às coisas e às pessoas ou por orgulho que ela age assim! Talvez por tudo isto e por muito mais. Como gostaria que lesses essa história! … e me desses a tua opinião! ...
Nunca te esqueças de mim. Escreve-me para me fazeres escrever!

Beijos da tua prima
Sofia

domingo, 13 de julho de 2008

BIOGRAFIA DE VERGÍLIO FERREIRA




Vergílio Ferreira

Romancista e ensaísta português, natural de Melo (Gouveia), nasceu em 1916 e morreu em 1996. Estudou no Seminário do Fundão, licenciou-se em Filologia Clássica na Universidade de Coimbra e exerceu funções docentes no Ensino Secundário. Notabilizou-se no domínio da prosa ficcional, sendo um dos maiores romancistas portugueses deste século. Literariamente, começou por ser neo-realista (anos 40), com "Vagão Jota" (1946), "Mudança" (1949), etc. Mas, a partir da publicação de "Manhã Submersa" (1954) e, sobretudo, de "Aparição" (1959), Vergílio Ferreira adere a preocupações de natureza metafísica e existencialista. A sua prosa, que entronca na tradição queirosiana, é uma das mais inovadoras dos ficcionistas deste século. O ensaio é outra das grandes vertentes da sua obra que, aliás, acaba por influenciar a sua criação romanesca. Temas como a morte, o mistério, o amor, o sentido do universo, o vazio de valores, a arte, são recorrentes na sua produção literária. Além disto, Vergílio Ferreira deixou-nos vários volumes do diário intitulado "Conta-Corrente". Das suas últimas obras destacam-se: "Espaço do Invisível", "Do Mundo Original" (ensaios), "Para Sempre" (1983), "Até ao Fim" (1997) e "Na tua Face" (1993). Recebeu o Prémio Camões em 1992.

A PALAVRA MÁGICA

Amares, 12 de Julho de 2008

Querida amiga Maria,

Estou a escrever – te uma pequena carta para te dar notícias minhas.
Não sei se sabes, mas os CTT lançaram-nos um desafio: querem que elaboremos uma carta em que falemos de um livro que tenhamos lido nos últimos tempos. Talvez a leitura mais recente!
Eu faço parte desse desafio, por isso escolhi-te, a ti, para falar da “Palavra Mágica”, um conto de Vergílio Ferreira. A história, ou estória como dizem os brasileiros, é fantástica, muito original, embora trate de um assunto que é “o pão nosso de cada dia”! Queres saber porquê?! Porque a palavra “inócuo” parecia um saco de batatas, onde cabiam todos os significados, os piores significados quando, na verdade, significava “inofensivo”!
As pessoas menos cultas de uma aldeia insultavam-se com uma palavra inofensiva. É engraçado, não é? Depois foram julgadas em tribunal...
Peço-te que leias o conto. Faz-nos pensar... e crescer.
Até breve, amiguinha!


Beijos, mil beijos,
Gisela Soares