Nessa noite, as estrelas brilhavam mais que tudo, era uma noite especial, era festa.
Quando Joana chegou ao casebre acompanhada por Belchior, Baltasar e Gaspar, estava deitado nas palhas Manuel. Este dormia profundamente.
Joana pôs os seus presentes junto a Manuel.
Ele de repente acordou. Ficou assustado.
- Quem és tu? – perguntou ele.
- Eu sou a Joana, a tua amiga com quem tu brincas de manhã, todos os dias, no cedro, a construir as casas dos anões – contou ela – não te lembras de mim?
- Sim. Já me lembro. Como é que tu me descobriste? Tu disseste-me que não podias sair da tua casa – disse Manuel.
- Eu segui uma estrela que me trouxe até aqui. E, ninguém sabe que eu vim – afirmou Joana.
- E o que vens fazer aqui? Está noite, não podemos brincar – referiu Manuel.
- Eu não vim brincar. Eu vim trazer-te uns presentes – contou Joana – Espero que gostes.
Manuel ficou feliz, pois, nunca tinha recebido presentes, e estava a receber agora. Era um dos sonhos dele que se estava a realizar.
Abraçou Joana com muita força. As lágrimas vieram aos olhos de ambos. Manuel estava feliz por ter recebido presentes e Joana estava emocionada por ter feito uma boa acção.
- Obrigado! , Joana, obrigado! – agradecia ele.
- Tu és uma pessoa igual às outras, mereces ter presentes, amor, carinho, mereces ter o sabor da noite de Natal, como eu – explicava Joana.
- Joana, muito obrigado por esta alegria, nunca pensei ter algum presente, nem uma amiga, como tu, especial – desabafou Manuel.
- Não tens de agradecer. Eu é que tenho de te agradecer por teres brincado comigo todas as manhãs de nevoeiro, de sol, de chuva… Sempre quis ter um irmão ou uma irmã. Eu gosto de ti como se fosses meu irmão. Nunca vi pessoa mais especial do que tu, nunca te esquecerei, serás o meu amigo preferido, a pessoa que vou guardar no meu coração para o resto da minha vida – declarou Joana.
- Eu também gosto muito de ti. E nunca, mas nunca te esquecerei. Serás a amiga do coração. E, mais uma vez, agradeço-te por tudo, muito obrigado! – agradeceu Manuel.
Joana levanta-se e despede-se de Manuel com muita delicadeza.
- Até amanhã – disse Joana.
- Até amanhã - respondeu Manuel.
Joana sai da cabana e vai para casa lutando contra o escuro da noite. Ela estava muito feliz, porque tinha realizado um dos sonhos de seu melhor amigo, o Manuel.
Clube de Letras
Ana Rodrigues, nº3, 6ºG